Grupo Saúde Mental discute mitos sobre a depressão

Com o objetivo de esclarecer e auxiliar os pacientes a entender e conviver melhor com a doença, a psicóloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), Telma Corti, falou sobre algumas crenças equivocadas que ainda cercam a Depressão, durante a reunião do grupo Saúde Mental deste mês. De acordo com Telma, o preconceito e a dificuldade de entendimento sobre a depressão contribuem, muitas vezes, para a piora do quadro, a dificuldade de convívio social e aceitação do tratamento. Veja alguns temas debatidos no encontro:

Depressão é o mesmo que tristeza profunda?

Não. O termo depressão, na linguagem comum, costuma ser usado para designar tanto um estado de tristeza, quanto a doença ou síndrome depressiva propriamente dita, porém trata-se de coisas diferentes. Os sentimentos de tristeza e alegria são universais. A tristeza é uma resposta humana comum às situações de perda, derrota e outras adversidades, já a depressão é caracterizada não apenas por alterações do humor (tristeza, irritabilidade, apatia), mas também por uma gama de outros aspectos como dificuldades de concentração e memorização, sensação de lentidão, distúrbios do sono e apetite.

Toda situação de luto leva à Depressão?

O que é chamado de “reação normal de luto” pode estender-se por um ou dois anos e é diferente dos quadros depressivos clássicos. As reações de luto que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza no entanto, na maioria das vezes a pessoa consegue levar a vida adiante, preservando certos interesses e ainda reagindo positivamente ao ambiente.

Depressão só tem “quem quer”?

A depressão é um transtorno psiquiátrico, ou seja, uma doença. Dessa forma, não se trata de algo que possa ser “escolhido” e tampouco deve ser visto como manifestação de fraqueza. Trata-se de uma perturbação do humor, que se mantém ao longo do tempo e afeta significativamente o rendimento no trabalho ou escola, a vida familiar, afetiva e a saúde do doente, que sofre intensamente. Sendo uma doença, precisa ser apropriadamente tratada e a pessoa que dela sofre precisa de acolhimento;

O grupo Saúde Mental é coordenado pela equipe multidisciplinar do Nasf e reúne pacientes que fazem uso de medicação controlada e seus familiares, com o objetivo de proporcionar momentos socialização, troca de experiência e aprendizado. Os encontros são realizados mensalmente, na sala do NASF, anexa ao Salão Paroquial de Anchieta. O próximo encontro está agendado para o dia 01 de outubro.